sábado, 20 de março de 2010

tic tac

O que buscamos? Corre corre, pressa, tempo alado, relógio desenfreado... Vive-se num tic tac constante, sem ritmo, acelerado. Mas enquanto ele anda, o que fazemos? CORREMOS.
Não olhamos os lados, não vemos as flores, não sentimos o vento, abandonamos amores.
Em troca, temos casa, cama, roupa, comida, ar condicionado por favor, um bom relógio, muitos tênis, escarpin e joanetes, tintas, paredes, muros, segurança - eu diria inseguranã - e muitas janelas fechadas.

Vivo diaramente um confronto interno. A vontade de inserir-me no mundo amante do material luta com a de buscar algo além do tocável. Tento, às vezes, buscar o equilíbrio, mas como fazê-lo se os dois, infelizmente, coexitem antagonicamente?

Ser isso ou ter aquilo?
Se sou e não tenho me torno nada aos olhos do detentor.
Um nada inadequado e excluso da realidade que ama o tocável e "comprável", ou seja, a atual.

O ser humano teme a rejeição. Temo. Assim, procuro vias que me levem à interação harmoniosa do ter e do ser. Confesso que ainda não percorri um décimo do caminho que me leva a tal equílibrio. Mas não deixo de caminhar, sem pressa, sem olhar no relógio, sem olhar ao meu redor.

4 comentários: